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Mostrando postagens de janeiro, 2012

Indialismo

Quem examina a historiografia brasileira oitocentista reconhece-lhe logo certa imbricação com a literatura. De fato, inicialmente subordinada como gênero literário, ela viu o seu nascimento coincidir com o processo de autonomização crescente de seus pressupostos e de sua poética. Assim, é na medida em que se constitui como discurso peculiar, que a historiografia produz a sua própria gênese moderna. (PUNTONI, 2003, p. 634) O Indianismo, com sua idealização, valorização e invenção do índio, esteve presente em obras produzidas desde o Brasil Colônia. Autores do Arcadismo, no século XVIII, como Basílio da Gama, que publicou em Lisboa Uraguai (1769) e Santa Rita Durão, com Caramuru (1781), já traziam à tona essas imagens sobre os índios. Contudo, “o Arcadismo realizou a representação do índio palatável ao gosto ocidental [...]. Descobria-se que a imagem domesticada substituía com vantagens a incômoda realidade étnica brasileira, selvagem e plural.” (AMOROSO; SÀEZ, 1998, p. 239). No século ...

Naufragio Novo Amapá

Era noite de 6 de janeiro de 1981, quando o barco ribeirinho Novo Amapá naufragou, na foz do rio Cajari, próximo ao município de Monte Dourado (PA), levando às águas mais de 600 pessoas. Trezentas destas perderam a vida e dezenas passaram horas de pânico e desespero, imersas na água e na escuridão. A embarcação, com suporte para transportar no máximo 400 pessoas e meia tonelada de mercadoria, partiu do Porto de Santana com mais de 600 passageiros e quase uma tonelada de carga comercial. Seu destino era o município interiorano de Monte Dourado, com escala em Laranjal do Jarí. Como as viagens anteriores duravam em torno de um dia e meio, seu proprietário havia feito reformas na embarcação, instalando um motor hidráulico a mais, o que facilitaria uma maior velocidade para a embarcação. A lista de despacho, segundo a Capitania dos Portos na época, tinha registrado cerca de 150 pessoas licenciadas pelo desp...