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Praça Barão do Rio Branco


CONTEXTO DA VIDA DO BARÃO DO RIO BRANCO.


José Maria da Silva Paranhos Junior, o Barão do Rio Branco, nasceu em 20 de abril de 1845. cresceu admirando intensamente o pai, o também diplomata e senador Visconde do Rio Branco, uma das figuras mais importantes do II Império – negociou o fim da Guerra do Paraguai em 1869 e, dois anos mais tarde, nomeado presidente do Conselho de Ministros, promulgou a Lei do Ventre Livre, que dava liberdade aos filhos de escravos. Em casa, assistia à elaboração dos discursos do pai político. Sentia-se plenamente identificado, sofria com ele, aplaudia sua retórica brilhante. Ainda adolescente, acompanhou o Visconde em suas viagens ao Sul do país e passou a se interessar pelas disputas fronteiriças, tão comuns na época.
Depois de estudar no tradicional Colégio de Dom Pedro II, no Rio de Janeiro, aos 17 anos o futuro Barão do Rio Branco transferiu-se para São Paulo a fim de ingressar na Faculdade de Direito, curso que completaria no Recife. Antes de se formar em 1866, dera vazão a seu talento de historiador precoce ao publicar na “Revista Popular” a biografia do comandante do navio Imperatriz, Barroso Pereira, além de Episódios da Guerra do Prata,sob o pseudônimo X, na Revista do Instituto Cientifico.
O pai já havia falecido quando, em 1883, Rio Branco foi encarregado de representar o País na Feira de São Petersburgo, na Rússia. Ao fim da missão, recebeu o titulo de conselheiro e, em 1888, o titulo de barão, no ano de 1900, o Laudo Suíço é assinado por Brasil e França, solucionando o Contestado Franco-Brasileiro com ganho de causa para o Amapá defendido por ele, na cidade de Berna na Suíça que de forma neutra definiu o Rio Oiapoque como limite entre os dois países. Em 1901, o Barão do Rio Branco voltou ao País para, então, se transformar na figura central da diplomacia brasileira, assumindo o Ministério das Relações Exteriores.
A partir daí, em pouco tempo, tornou-se figura popular a ponto de ter sua candidatura cogitava para a Presidência da Republica,em 1909,na sucessão de Afonso Pena. No fim da vida, provou mais uma vez seu caráter justo e correto ao devolver espontaneamente ao Uruguai o direito de condomínio e jurisdição sobre a Lagoa Mirim e o rio Jaguarão, em gesto inédito na historia das relações internacionais. Morreu a 10 de fevereiro de 1912, aos 66 anos, sendo sepultado ao lado do pai.


0 Janarismo no Amapá


Desde a época do Império, já cogitava a defesa de áreas fronteiriças, da qual séria administradas pelo Poder Central, isto é, deveria ser criados áreas, “províncias” em zonas pouco ou nada povoadas, onde seriam subordinado a província, da qual, se originariam e ganhariam autonomia logo que tivessem população regular. Destacamos Macapá que 4 de Fevereiro de 1758 é elevada a categoria de Vila de São José de Macapá, onde seu primeiro plano urbanístico foi implantado por Mendonça Furtado (em anexo), nesse plano urbanístico o local onde hoje encontra-se a praça do Barão do Rio Branco era conhecido como Largo de São João, as ruas eram estreitas de forma que circula-se transporte de tração animal.
Contudo as manifestações diante da Capitania do Cabo do Norte foram ignoradas, mas, é só no período republicano, que o Poder Central volta à olhar para as áreas de fronteira, com objetivo de desenvolver essas áreas para manter-se brasileira.
Porém, os governantes da Republica Velha, apenas criaram núcleos coloniais reduzindo assim o vazio demográfico da região, principalmente na região do Clevelândia, mas, vale ressalta que a região do Clevelândia era uma área isolada para desterro de presos políticos. Também, será na revolução de 30, que Poder Publico terá mais clareza em seus propósitos, retomando-se na preocupação pela reafirmação da soberania brasileira sobre áreas devolutas e limítrofes, assim, era preciso desmembrar algum Estado para defesa do Estado Nacional, dando autonomias territoriais, sem que esse ato viesse a se contrapor ao centralismo do Estado.
Ao eclodir a Segunda Guerra Mundial, o governo brasileiro diante da nova conjuntura política internacional, com a necessidade de melhor estruturar a Nação para enfrentar as adversidades decorrentes da situação de beligerância, implementava a militarização de regiões fronteiriças, com anuncio de Getúlio Vargas de integrar ao contexto nacionais, áreas longínquas, inóspitas, criou o Território Federal do Amapá, com o propósito da preservação da integridade nacional, e ajudando também a defesa do Atlântico Norte, já que a Amazônia estava sobre a ameaça de invasões alemãs. A forma de governo do Território, foi através do sistema de interventoria, como forma de administração dos estados, nomeado militares de patente intermediaria e superior, que tivesse conhecimento sobre a região para administração dos Territórios recém-criados.
Janary Nunes, possuía requisitos suficientes para Getulio Vargas, assim, Janary Gentil Nunes, torna-se governador do Território do Amapá em 27 de dezembro de 1943, porém, este recebeu uma região com 1.286 habitantes, um vilarejo decadente sem serviços e atendimentos imprescindíveis ao bem-estar coletivo e ao progresso, onde instalava o governo amapaense, sob a indiferença de parte da população, isto é, Janary Nunes, recebeu um Estado sem nada, tudo tinha que construir.


A Praça Barão do Rio Branco


Janary deu inicio as transformações na cidade de Macapá, com intuído de caracterizara como uma capital, criando órgãos públicos para atender as necessidades da população, dentro dessas obras destacamos a praça do Barão do Rio Branco, que recebe este nome em homenagem ao defensor do Amapá nas questões de fronteira, construída em função da Escola que receber o mesmo nome, a praça está localizada no centro da cidade de Macapá, sito as Avenidas FAB e Coriolano Jucá e as ruas Candido Mendes e São José, sendo a mesma cortada ao meio pela avenida Iracema Carvão Nunes, conforme mostrar a planta baixa no anexo.
Inaugurada em 01 de Dezembro de 1950 em comemoração aos 50 anos da assinatura do Laudo Suíço, segundo informações de populares, durante a construção da praça, teria sido encontrada peças arqueológicas, já que o local serviu de cemitério indígena, supostamente pela tribo Tucuju. Ao redores da praça, além da escola foram erguidas residências para os funcionários do governo do novo Território Federal (deputados, secretários etc.), inclusive a Residência Oficial do Governador.
Para o governo daquela época, o urbanismo da cidade era de grande importância, como de hoje, já que os espaços livres estão ligados à vida das Cidades; estas são sentidas através de suas ruas, praças e parques, que caracterizam a paisagem urbana e promovendo o reencontro do homem com a natureza, onde se desenvolvem atividades urbanas das mais variadas, entre as quais está o lazer e o convívio social. Deste modo, pode-se notar a utilização das praças para os indivíduos daquela época, pois, foram criadas com estruturas que diversificam as atividades de lazer e atividades ligadas ao turismo, assim, os projetos tem os seguintes objetivos:
Acentuar a função paisagística e recreativa da área;
Proporcionar grandes áreas verdes com gramados, arbustos e árvores para obtenção de sombras e beleza paisagística.
Concentrar atividades esportivas em um mesmo local, na medida do possível, a área de esporte contem quadras de basketer-ball, volley-ball, quadra polivalente, campo de pelada e local para ginástica.
Segundo o Decreto-Lei n.ª 25, de 30 de Novembro de 1937, patrimônio histórico pode se definido como um bem material, natural ou imóvel que possui significado e importância artística, cultural, religiosa, documental ou estética para sociedade, pois, representam uma importante fonte de pesquisa e preservação cultural, já que, estes patrimônios foram construídos ou produzidos pelas sociedades passadas. Atualmente há uma preocupação mundial em preserva os patrimônios históricos da humanidade. A UNESCO é responsável pela proteção desses patrimônios, para isso os patrimônios devem ser tombados por algum órgão governamental do patrimônio histórico.
O tombamento é um ato administrativo realizado pelo Poder Publico com o objetivo de preservar, o intermédio de aplicação de legislação especifica, mas, não é necessário que seja o objeto tombado para seja considerado um patrimônio, percebe-se que há vários patrimônios não tombados, exemplo, em respeito à Macapá, a Praça do Barão é um desses patrimônios não tombados, por isso, no decorrer do tempo sofreu e está propícia a sofrer alterações.
De sua construção até hoje, ela é vista com diversas funções, a principio serviu de palco para eventos da Escola Barão do Rio Branco, praticas de esportes, como futebol entre outras, também no decorrer do tempo sua paisagem foi recebendo árvores. Sua primeira reforma foi no de 1980 no governo de Annibal Barcelos, onde possuía uma palmeira imperial de frente a escola, porém por motivos de segurança, foi retirada esta palmeira, por está oferecendo riscos aos visitantes da praça, em lugar plantaram uma arvore silvestre. Atualmente, foi feita outra reforma de modificaram arquitetonicamente a praça, os bancos atuais são diferentes dos das décadas 70 e 80.
A Praça do Barão está subdividida em dois blocos, área de passeio e descanso que se encontram nas: área de descanso, avenidas FAB e Iracema Carvão Nunes e ruas Candido Mendes e São José, área de esporte, avenidas Iracema Carvão Nunes e Coriolano Jucá e ruas Candido Mendes e São José, está área possuem dois de campos de areia para a pratica de futebol, 4 quadras, duas de voleibol e duas de basquete. Quando os adolescentes desejam jogar futebol da salão improvisam traves (utilizando pedras, pedaços de concretos, etc), nas quadras de basquetes e voleibol.
A praça possui área de alimentação, lanchonetes que funcionam basicamente no horário noturno (localizados na avenida Coriolano Juca), lanchonetes moveis (Avenida Iracema Carvão Nunes), lanchonetes que funcionam durante o dia além de brancas de revistas e ponto de ônibus (localizados na avenida São José).


CONSIDERAÇÕES FINAIS


Durante a pesquisa sobre a praça Barão pouco se encontrou, mas o que se tinha (fotos, textos e depoimentos de antigo moradores) dava uma noção de que a praça era utilizada para eventos da Escola, Cívicos como desfiles, culturais, praticas de esporte e lazer. Ao redor foram construídas prédios importantes (a escola Barão existente antes da praça, residência do governador, correios e as casas dos funcionários mais importantes do governo da época). Então a praça era o centro do Poder Político do Estado neste período, no decorrer dos anos as casas foram vendidas a membros da elite amapaense, posteriormente algumas das casas cederam lugar à prédios (agencia do Banco do Brasil, Mercado dos Produtos da Floresta e recentemente prédio de quatro andares, etc).
De sua construção até hoje, a praça Barão do Rio Branco, foi tendo sua importância alterada, porém, duas funções da praça ainda permanecem, a utilização para pratica esportiva e lazer, sendo acrescentada uma terceira, sua utilização como praça de alimentação. Infelizmente a educação patrimonial não é trabalhada com a população, hoje a praça encontra-se suja, lá há garrafas vazias e quebradas, copos descartáveis, bancos pixados, etc. O monumento erguido na época de sua construção encontra-se ofuscado entre as lanchonetes, a garita que era para ser utilizada pela guarda municipal, está depedrada e abandonada, a praça não é vista como patrimônio histórico pela população.
Acreditamos que a praça, assim como todas as outras da cidade e do Estado e todos os outros patrimônios amapaenses, só terão reconhecimento quando nós historiadores, trabalhamos essa educação patrimonial com nossos alunos, para que eles entendam a importância dos nossos patrimônios para nós cidadãos.


REFERENCIAL BIBLIOGRAFICO


COELHO, Mauro Cezar. As viagens filosóficas de Charles-Marie de La Condamine e Alexandre Rodrigues Ferreira – Ensaio Comparativo. In: Flávio dos Santos Gomes. (Org). Nas terras do Cabo Norte: fronteira, colonização e escravidão na Guiana Brasileira (séculos XVIII-XIX). Belém: Editora Universitária;UFPA, 1999.

GRUNBERG, Evelina & MONTEIRO, Adriane Queiroz. Guia Básico de Educação Patrimonial. Ministério da Cultura.

GOVERNO DO TERRITORIO FEDERAL DO AMAPÁ. Amapá: Projeto de restauração e preservação ambiental. Macapá, 1974. p.41.

SANTO, Fernando Rodrigues dos. História do Amapá: da Autonomia Territorial ao fim do Janarismo 1943 - 1970. Belém. Grafinorte Ind. e Comércio. 2006.

SOUZA JUNIOR, José Alves e MAIA NETO, José. Pontos de história da Amazônia. Vol.1. Belém. Ed. Paka-Tatu, 1999.

SOUZA JUNIOR, José Alves e MAIA NETO, José. Pontos de história da Amazônia. Vol.2. Belém. Ed. Paka-Tatu, 1999.

Relatos Orais

CHAVES, José Maria. Funcionário Publico e Sapateiro, foi ajudante de ordens na residência oficial no governo de Terencio Furtado.

Professora Luzia.

SILVA, Pedro Pantoja da. Funcionário Publico do antigo Território.

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