O artigo faz um panorama a respeito da evolução das práticas
de lazer e suas reflexões teóricas na política e economia do Brasil,
priorizando autores e tendências mais relevantes, buscando assim, atinge o
objetivo de expor a evolução das práticas de lazer no contexto nacional, como
os principais autores estrangeiros que influenciaram a produção teórica local.
No período de 1946 à 1964, foi aplicado o projeto
nacional-desenvolvimentista,
caracterizado pelo populismo político, como o surgimento da industria
automobilística, construção de estradas por todo o Território Nacional,
construção e inauguração de Brasília, criação de industrias de bases. Na
cultura e arte encontra a valorização de temáticas, justificado pela
preservação dos valores nacionais, da qual, estaria ameaçado pela cultura
estrangeira.
Com o desenvolvimento econômico e industrial impulsiona um
maior acesso ao lazer através do desenvolvimento das artes e espetáculos,
valorização do lazer do trabalhador por meio da construção dos clubes –
empresa, assim como a produção teórica sobre o lazer popular e o folclore são
escritos inúmeros estudos de antropólogos e sociólogos como Darcy Ribeiro,
Sergio Buarque de Holanda e Gilberto Freire, neste período vermos a passagem
entre o lazer como manifestação popular e comunitária, isto é, mantinha a
tradição do lazer de rua, circo e as festas típicas católicas e o lazer como
mercadoria de consumo disponível no mercado. Outro ponto relevante é o
desenvolvimento do esporte de elite e a criação de teatros que acompanhou o
clima político nacionalista, que através da reorientação de uma produção
cultural e a busca do contato com os setores populares por meio de
apresentações, com preços acessíveis, e os musicais.
Na década de 1960, fortalecem-se duas vertentes que são
decorrentes da situação política do país e herdeiras do processo específico de
luta por uma procura de bens culturais brasileiros, como a busca dos valores
nacionais e a incorporação de influencias estrangeiras, porém grande partes
dessas manifestações de lazer passarão por transformações, depois do golpe
militar de 64, por motivos do crescimento urbano, censura e repressão policial
ás práticas de ruas. O desenvolvimento dos meios de comunicação como por
exemplo a televisão, ajudou a desintegrar as manifestações artísticas que
buscavam atingir os setores populares.
O modelo político militar apóia-se numa aliança entre,
censura e repressão política e desenvolvimento e controle da industria
cultural, com o Ato Institucional n.º (AI-5), de dezembro de 1968, centenas de
cidadãos e lideres políticos tiveram seus direitos cassados, as organizações
estudantis foram postas na ilegalidade, assim como, os partidos políticos foram
dissolvidos, impondo um sistema bipartidário com a Aliança Renovadora Nacional
(ARENA) e a oposição Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Com a repressão a
qualquer oposição ao regime militar, favoreceu o esgotamento do interesse pelas
questões políticas, o refluxo dos movimentos de massas, a censura e a ausência
de canais par ao debate e a divulgação de qualquer proposta contestadora,
surgimento de uma resistência de esquerda armada e a redução das expressões
artísticas, ou seja, todas as expressões populares e as festas típicas passam a
ser controladas, assim como todas as expressões artísticas.
O governo militar tendo a iniciativa de criar uma propaganda
política criar ‘Esporte Para Todos”, que buscava investir na área esportiva,
divulgado e incentivando a participação em jogos olímpicos e campeonatos
mundiais de futebol, construção de estádios, campos de várzea e parques
públicos, mas, o desenvolvimento desigual também foi uma marca desse governo,
pois os setores populares tiveram suas manifestações controladas e suprimidas,
ou seja, tiveram seu espaço de lazer, como a rua e manifestações populares
diminuído, o refúgio era a casa e as telenovelas, da qual obteve um alto
investimento do governo pois, serviam como propagandas políticas do regime,
contudo a classe media teve a formação de um lazer próximo a elites
internacionais como (viagens para o exterior, hotéis, acessos a filmes,
desenvolvimento dos museus, da musica da industria cultural, expansão e criação
de clubes.
O SESC, SESI serão o palco de formação dos acontecimentos
políticos, pois, autores terão visibilidade na década de 1980, período da
redemocratização, ou do afastamento planejado dos militares do poder, com a
volta da preocupação como o popular e o engajamento político, produções a respeito
de lazer, como temas populares e da cultura, tentando superar duas décadas de
censura e repressão.
Na década de 1970, começa a ser sistematizada a reflexão a
respeito do lazer no Brasil, através da incorporação das discussões de Joffre
Dumazedier e Stanley Parker, que procurava-se associar as indagações do período
de recuperação dos valores populares com a idéia da dicotomia lazer-trabalho,
servindo inclusive de referencia para Dumazedier (1979), a obra de Parker
serviu para pensar a relação entre lazer e trabalho, buscando dar
características do povo brasileiro e uma postura antiamericana. A entidade SESC
que antes prestavam apenas serviços aos comerciários agora amplia para a
população em geral, trazendo Dumazedier para proferir palestras no Brasil, representando
o marco inicial da pesquisa nacional sobre o tema Lazer.
Os autores mais
utilizados eras Dumazedier e Parker pela função da proximidade com a
valorização do popular e a crítica da sociedade do trabalho e, por outro lado,
pela barreira da língua, somente no final da década de 1980 que textos norte –
americanos, franceses e ingleses terão influencia no Brasil. A discussão no
campo do lazer, durante quase duas décadas, vai fazer alusão ao tempo de
trabalho. O tempo disponível nestes termos é utilizado para as diferentes
obrigações sociais (família, escola, cursos, religião), assim definiram o lazer
como um tempo estanque dentro do tempo
disponível “O tempo de não obrigação social”, um discurso político das idéias
de um lazer funcionalista que poderia ser útil, para auxiliar a conter a
violência urbana.
Foram levantados outros temas de preservação e transformação
de áreas urbanas para facilitar o acesso ao lazer, como a criação e preservação
de parques, reservas florestais e áreas livres, tornando o lazer como um
conjunto de atividades individuais ou coletivas voltadas para a satisfação de
uma série de interesses no plano da formação de quadros, definição de
atividades e aprimoramento pessoal.
No final do século XX importantes mudanças no âmbito econômico
aconteceram a partir de 1980, com a liberação financeira dos fluxos de capital,
abertura da pauta comercial com baixa tarifaria ou livre comércio e
reestruturação das relações produtivas, ou seja, com a liberdade na circulação
de dinheiro e mercadorias as empresas encontraram novas formas de gerenciamento
da produção, circulação, financiamento e acumulação de capitais. A abertura
política, na década de 1980, propiciou a globalização e o fim da censura,
desenvolvendo um vertiginoso da indústria cultural, em função dos investimentos
que já tinham sido realizados durante o regime militar na área das
comunicações.
Com a globalização e a alta da taxa de desemprego as
discussões do lazer agora refere-se à dicotomia lazer/trabalho, discussões
cientificas, debates entre diferentes grupos apoiar-se na leitura de autores
clássicos, como pós-modernos, contemporâneo se insere na globalização e suas
contradições na construção de novos paradigmas do lazer com um maior acesso aos
autores estrangeiros.
O Brasil globalizando
a partir da década de 1990, adota uma política neoliberal caracterizada
pelas privatizações e a diminuição da atuação do Estado nas diferentes esferas
da vida, obrigando os governos a gerarem sucessivos superávits fiscais,
limitando qualquer possibilidade de intervenção, com isso o país passa pelo um
aumento da expectativa de vida, diminuição do crescimento vegetativo e do
analfabetismo e uma melhora na distribuição de renda. Assim, o lazer das
classes alta e média, não se diferencia muito das outras grandes metrópoles do
mundo, existindo um lazer globalizado
como os parques temáticos, estruturas de turismo, academias de ginásticas e
escolas de esportes, espetáculos de teatro, cinemas, apresentações nacionais e internacionais
de música, bares e restaurantes finos com chefes
da cozinha internacional.
Contudo a população de baixa renda ainda sofre com essa forma
de exclusão que fica cada vez mais restritas pela falta de espaço nas ruas que
viraram palcos de violência urbana, e as praticas esportivas limitadas ao jogos
de futebol de final de semana, isso se dar pela falta de investimentos e da
ausência de uma política de coordenação com os demais órgãos públicos, contudo
notar-se três novas tendências de pesquisa na área como, uma tentativa de
redefinir o lazer através de recuperação dos autores, clássicos das ciências
humanas à luz dos acontecimentos atuais; uma apropriação das reflexões dos
autores chamados de pós-modernos e uma tentativa de sistematizar uma reflexão
do campo do lazer voltado especificamente à implementação de políticas públicas
e iniciativas do terceiro setor.
Assim, o lazer passou a ser encarado como a busca de um
descontrole medido, dentro das regras que constituem a sociedade, autores que
pesquisam temas de políticas publicas procurando dialogar com as diferentes
manifestações da sociedade civil organizada, com os representantes dos vários
níveis da administração pública, principalmente como caráter educativo como
eficiente instrumento de auxilio no vasto esquema educacional, que visualiza a
promoção humana e o progresso da sociedade nos processos pedagógicos. Cabendo
destaca o lazer como uma importante arma no controle da criminalidade e a
qualidade de vida, incentivo à atividade física e valorização da cultura.
LOCAIS QUE
PROPORCIONAM LAZER NO BAIRRO DO BEIROL
Quantificações e Classificações:
1) Locais Públicos
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1 Praça
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3 Quadra Poliesportiva de Escola Publica
2) Clubes e Associações
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02 Associações
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01 Quartel da Policia Militar
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1 Clube
3) Locais Particulares
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02 Casa de Show
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03 Casas de Programa
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01 Uma Boite
Três Moteis.
O Bairros do Beirol é um exemplo que busca diminuir a
criminalidade e valorizar o lazer e que possuem locais públicos como Escolas
com quadras poliesportivas, praças com parque para as crianças e campo de
futebol, museu, o quartel da Policia Militar que possui piscina, campo e quadra
poliesportiva, pista de atletismo e academia clubes e associações como três associações recreativas, SESC e SESI e
locais particulares como duas casas de show, uma boite e três motéis.
Pode percebe, que por mais que haja locais públicos existem ainda
uma enorme abismo entre pessoas de baixa renda com relação a classe média que
além de usufruírem dos locais públicos podem usufruírem também de locais
privados com o SESC, casas de show e eventos, cinemas e entre outros. Portanto,
com o aumento da população urbana, criou-se uma série de descompassos, com o
crescimento de nossa cidade, isto é, nossos gestores não criaram políticas e
muito menos projetos para atender a população, gerando esse grande
diferenciado, devemos realizar uma reflexão sobre o lazer aqui em nosso Estado,
incentivar o intercâmbio e o dialogo entre os pesquisadores e gestores
municipais e governamentais, para que possam criar políticas publicas que
agreguem toda população.
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